sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

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"Eu queria dizer, mas não consegui. Queria ter gritado bem alto, mas a voz falhou-me assim que disse "eu...". Tentei mesmo correr, mas os músculos das minhas pernas quebraram sem motivo aparente e eu nada pude fazer. Não podia correr ou chamar por ti. Não podia abraçar-te, dizer-te que ainda aqui estou. Não podia mostrar-te que nunca me fui embora, simplesmente não conseguia dizer que estava ali.
Eu tentei mesmo cantar para ti uma música que ensaiei, queria ler-te um poema que escrevi, queria oferecer-te a prenda que te comprei. Mas não tive coragem para dizer, para cantar, para mostrar (...) Não consegui ver que talvez para ti eu não fosse assim tão invisível e por isso mantive-me escondida. A observar-te ao longe, a imaginar o que me dirias da primeira vez que nos falassemos. Mantive-me um fantasma, daqueles que são bons e que não querem roubar as almas a ninguém, para isso mesmo... para olhar para a tua alma, sem que te apercebesses, e perceber se valia ou não apena continuar apaixonada por ti."

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